quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Ronny Key na rádio

Ronny Key estará em directo na rádio RDPÁfrica hoje, 23 de Setembro, das 21h às 23h !!

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

“Ronny Key” um sonho que se torna realidade

A ler no site telanon.info: http://www.telanon.info/cultura/2010/09/20/5315/%E2%80%9Cronny-key%E2%80%9D-um-sonho-que-se-torna-realidade/  

Jovem de 27 anos, Ronny Key, encontrou no tecido africano inspiração para vencer o desespero que o 
“Ronny Key” um sonho que se torna realidadeempurrava para abandonar São Tomé e Príncipe. Começou por produzir sandálias a base de tecidos africanos, cresceu para roupas e outros utensílios. Este fim-de-semana abriu uma loja no espaço cacau, para encantar a clientela crescente.










De repente São Tomé e Príncipe, ficou pequeno para Ronny Key. O jovem de 27 anos, não via futuro no horizonte das ilhas verdes de esperança. Emigração foi o primeiro pensamento que lhe veio a cabeça. Partilhou a ideia com a ex-namorada. Ela que o conhecia profundamente indicou o caminho.
Um caminho que passa pelas cores quentes dos tecidos africanos. Ronny Key, encontrou inspiração e começou a fazer obra. Primeiro produziu uma sandália a base do tecido africano. Sentiu que o público gostou. Prosseguiu e evoluiu a técnica para outros objectos, como camisas, vestidos, sacas e outros objectos de uso.
Sem galeria, nem loja deambula pela cidade com a sua obra, procurando comprador. No espaço Cacau ainda em construção, encontrou uma loja baptizada com o seu nome Ronny Key. «São muitas as sandálias que eu fiz. Mas tudo começa de um sonho de vida. Fiz umas sandálias espectaculares. Foi criado para mostrar o tecido africano, para mostrar ao mundo. Começou como um sonho que com essa loja torna-se mais sustentado», desabafou o jovem artesão.

Ronny Key, diz que gosta de desafios, principalmente quando vem do público. «Que as pessoas digam o que querem, para eu fazer. É um pouco de tudo sandálias, camisas, vestidos, biquínis de praia, é uma mais-valia para São Tomé», sublinhou.
O público presente na inauguração da loja Ronny Key no espaço Cacau, reconhece a qualidade dos produtos. «São giros, gostei das chinelas, das camisas e sacas para senhoras», afirmou, Gilson da Trindade.
O sonho da emigração, por falta de alternativas de vida, gerou sonhos sustentados pela imaginação e criatividade. Roupas e utensílios confeccionados a base de tecidos africanos, ganham outra dimensão para o futuro. «Agora tenho a loja e depois quero ter um ateliê para tingir os tecidos e produzir tecidos africanos em São Tomé», realçou.
Abel Veiga

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

A Ronny Key na imprensa



STPnewsmagazine
N°1 - Junho a Agosto de 2010



O MAGO TOS TECIDOS AFRICANOS

Ronny Key Almeida Veloso nasceu em Agostinho Neto, aos 9 de Novembro de 1982. O seu pai vive entre Angola e África do Sul há mais de 40 anos e a mãe vive em Portugal há 15 anos. Contudo, em 27 anos, Key nunca saiu de São Tomé. Timbrou recentemente o seu nome no mundo da moda com o seu desfile “Postal da nossa Cidade”, no dia 27 de Março deste ano, em plena praça do centro de São Tomé. Um projecto atrevido e visionário que explora os tecidos africanos num conceito de “Tempestade Cultural” do artista plástico, Eduardo Malé, e cujo objectivo é levar a moda aos são-tomenses. As peças da colecção “Foros e Príncipes” da Ronny Key são ousadas, alegres e libertadoras. Conheça um pouco do mundo do estilista da marca.

Por Katya Aragão

Descreve-se como uma pessoa que gosta de ser desfiada para fazer coisas. O interesse pela moda não surgiu de uma hora para outra. Ronny Key admite que sempre gostou muito de moda, de se vestir, de criar a sua própria moda de acordo ao seu gosto.
Há 2 anos conheceu uma pessoa especial, que lhe fez acreditar em si mesmo. “Uma professora cooperante, Sandra Fernandes, que me desafiou para um projecto do qual gostei: fazer roupas de corte europeu com tecido africano. Pensei por que não alinhar nesse projecto?” Quando surgiu a proposta, tinha acabado de trabalhar na Bienal a ajudar o cozinhador da emissão de televisão “Na Roça com os Tachos”, João Carlos Silva. Algo que lhe dá muito gozo e que gostaria de continuar a fazer. Disse que o que mais o encantou foi quando levou o desenho de um par de chinelos para um sapateiro fazer. “O sapateiro fez-me uns chinelos que eu amei. E naquele momento, percebi que era isso que queria fazer na minha vida”, conta com um sorriso nos lábios.

Influências artísticas que compõem a marca Ronny Key

René Tavares, Kwame Sousa, João Carlos Silva, Eduardo Malé, Jefferson Paz, Sény Gadiaga são alguns dos artistas que influenciam o trabalho de Key. “Mas o René Tavares e o Kwame Sousa é que me fizeram ganhar o gosto pela cor”, frisa o designer.
Já os conhecia de vista e convivia com René Tavares. “Gostei do René logo à primeira vista porque nós temos hábitos semelhantes e temos quase a mesma essência”, confidencia Ronny Key. Conheceu Kwame Sousa, que lhe contou que pintava no Espaço Teia d’Arte. “Fomos là uma vez e vi um dos quadros dele. Foi a partir daí que começou a minha grande paixão pela pintura e pela cor. Era uma obra altamente abstracta. E esse quadro mudou completamente a minha vida”, afirma Key com os olhos brilhar de emoção.

Key utiliza aquilo que vê e a sua intuição no seu processo criativo. Decidiu apostar no tecido africano para as suas criações porque está em África. Temos tecidos africanos giros. Reparei que as pessoas gostam de utilizar calças bombazina, Aladino. Por que não fazer esses modelos com tecido africano?” O estilista acrescenta ainda que uma peça africana é sempre mais bonita do que umas jeans, por exemplo. “ É cor, é África, é o calor! Para mim, o tecido africano simboliza muita coisa”, explica o criador.

Gosta mais de criar para as mulheres porque considera que é o que o mundo tem de melhor. Mas confessa que é mais fácil criar para homens. “As mulheres são mais exigentes”, acrescenta com um olhar maroto.

O primeiro desfile

“Eu trabalho na marca há 1 ano e tal, e queria fazer um desfile para apresentar as minhas peças ao meu povo, a São Tomé, minha ilha”, conta Key. Convidou Godi Furtado e Marta Gomes para o ajudarem a organizar o desfile. Falou também com Eduardo Malé, que sugeriu que o desfile fosse na rua. “E eu concordei logo”, diz o estilista. Gostou da reacção das pessoas: “naquele dia, os são-tomenses levaram um choque cultural. Viram tudo acontecer ao mesmo tempo. Foi música, dança, o desfile, artesanato, pintura”, exprime Key. Pretende abrir uma loja da marca o mais breve possível.

“Ronny Key é a natural excentricidade que África transpira”, é assim que o estilista define a sua marca. Considera que existe mercado para a moda. Mas relata que já foi à vários desfiles e constatou que, ao invés de se ver criações dos nossos estilistas, vê-se roupas de outras marcas. Na sua opinião, ainda é preciso trabalhar muito. E com a marca Ronny Key, ele pretende fazer a sua parte. “Eu sonho em mudar o mundo, mas sonzinho sei que não vou conseguir”, confidencia Ronny Key Almeida Veloso.